E lá seguimos os passos habituais; apesar do stress evidente, os funcionários funcionavam impassíveis, sorrindo um hoş geldiniz, bem vindos, no momento certo; recuperadas as malas sem problemas, apanhámos um táxi para o işkele, o cais, de Bakırköy, onde iríamos apanhar o vapur para Bostancı, no lado asiático. O taxista era amável e muito conversador, o que deu logo para refrescarmos os nossos conhecimentos da língua, mesmo antes de interiorizarmos que, finalmente, tínhamos voltado ao nosso país favorito. Mostrou a sua surpresa com o nosso multiculturalismo, porque eu falava português com o meu filho que me respondia em alemão e, por vezes, em inglês e falávamos o turco com ele....çok güzel, disse ele, gentil, mas sabemos que não é bem assim, porque durante um ano o nosso turco andou um pouco esquecido.
No cais de Bakırköy comprámos o jeton para passar o girador de entrada e pouco tempo depois chegou o deniz otobusu, ou seja, o cacilheiro. Sentámo-nos à janela para apreciar aquela panorâmica, que conhecemos e vivenciamos todos os anos desde 1998, sem nunca nos cansarmos dela. Aquela elevação histórica onde se avista a Aia Sofia, a Mesquita do Sultão Ahmed e os minaretes das outras mesquitas, e a muralha antiga da cidade que nos fogem ritmados à medida que navegamos em direcção ao lado asiático. A viagem é rápida, e torneamos seguramente os paquetes e os petroleiros internacionais que fazem o seu caminho do Mar Negro para o Mar da Marmara e que seguirão viagem pelo Dardanelos até ao Mediterrâneo, ou em rota contrária, e que esperam, pacientemente, a hora de atravessar o estreito; ao longe avistamos o histórico edifício do cais de Bostancı escrito em caligrafia otomana e onde nos esperam os nossos amigos.
copyright © 2011 cristina vogt-da silva (pseudónimo de cristina dangerfield-vogt)
Bostancı
Ao pôr-do-sol sentamo-nos numa das esplanadas à beira-mar em Bostancı e gozamos prazeres simples, como peixe no pão regado com água fria e saboreamos aquela esplendorosa paisagem muito movimentada.
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Prinse Adalar
ao longe avista-se as Prinse Adalar, as ilhas dos príncipes, Buyük Ada e Kucük Ada, para onde os filhos do sultão, que não deveriam ascender ao trono, eram exilados, isto se tivessem sorte, porque frequentemente eram assassinados pelos seus rivais ou familiares destes. São umas ilhas lindas, onde não é permitida a circulação automóvel e se anda de charrete e de bicicleta, e onde vivem, ou têm as suas casas de férias, os istambulenses muıto privilegiados. As "villas" parecem encantadas e ter saltado de um passado "fitzgeraldiano".
À noite, vamos até Harem, perto da Kız Kulesi, ou seja a torre da donzela. Uns rapazes em fıla, lado a lado como no Zorba, agarram-se pelos ombros e de peitos inchados e vozes felizes fazem o halay çekmek e o kolbaştı oynamak, ou seja, em português: dançam e cantam uma moda do Mar Negro.
Os vendedores ambulantes passam com os seus carrinhos exuberantes de perfumes apetitosos e soltam os pregões elogiosos do mısır, milho assado, do balık ekmeği, peixe no pão, çekirdek, midiye dolmasi, das ameijoas recheadas fresquinhas.
Rapazes e raparigas jovens, muitas delas com o véu islâmico colorido passam de braço dado, conversando. Todos passeiam a pé, de carro, de mota, galgam passeios, dão gargalhadas, cantam e dançam; o povo turco é jovem e alegre apesar do hüzün, uma mistura de nostalgia com melancolia, que pesa leve sobre a cidade.
Seguimos para Beyler. Sentamo-nos numa esplanada escondida à beira do Bósforo, debaixo de uma árvore centenária, saboreando um çay profundo e admirando a primeira ponte do Bósforo iluminada e muito fluorescente. Ne güzel! - a vida é bela em Istambul!
O muezzin chama para o 5º vakti, a 5ª oração do dia; a sua voz envolve toda esta paisagem e nela se dissolve, integrante, lembrando-nos que tudo é obra de Allah.
No dia seguinte, vamos a Ortaköy, no lado europeu, o sítio "in" para a gente nova moderna, com muitos bares e restaurantes e com uma mesquita lindissima que não pudémos visitar porque estava em obras. O caos autmobilístico é total. Mas basta dar a chave a um dos "guardadores" de automóveis, que tratará o nosso automóvel como fazendo parte do seu rebanho, e nos devolverá, fielmente, a chave no fim do nosso passeio! E, juro, que foi mesmo assim. Isto é inimaginável na nossa Lisboa...
Os vendedores ambulantes passam com os seus carrinhos exuberantes de perfumes apetitosos e soltam os pregões elogiosos do mısır, milho assado, do balık ekmeği, peixe no pão, çekirdek, midiye dolmasi, das ameijoas recheadas fresquinhas.
Rapazes e raparigas jovens, muitas delas com o véu islâmico colorido passam de braço dado, conversando. Todos passeiam a pé, de carro, de mota, galgam passeios, dão gargalhadas, cantam e dançam; o povo turco é jovem e alegre apesar do hüzün, uma mistura de nostalgia com melancolia, que pesa leve sobre a cidade.
Seguimos para Beyler. Sentamo-nos numa esplanada escondida à beira do Bósforo, debaixo de uma árvore centenária, saboreando um çay profundo e admirando a primeira ponte do Bósforo iluminada e muito fluorescente. Ne güzel! - a vida é bela em Istambul!
O muezzin chama para o 5º vakti, a 5ª oração do dia; a sua voz envolve toda esta paisagem e nela se dissolve, integrante, lembrando-nos que tudo é obra de Allah.
No dia seguinte, vamos a Ortaköy, no lado europeu, o sítio "in" para a gente nova moderna, com muitos bares e restaurantes e com uma mesquita lindissima que não pudémos visitar porque estava em obras. O caos autmobilístico é total. Mas basta dar a chave a um dos "guardadores" de automóveis, que tratará o nosso automóvel como fazendo parte do seu rebanho, e nos devolverá, fielmente, a chave no fim do nosso passeio! E, juro, que foi mesmo assim. Isto é inimaginável na nossa Lisboa...
copyright © 2011 cristina vogt-da silva (pseudónimo de cristina dangerfield-vogt)
O meu filho escondeu-se com uns amigos num bar de narguilas, de onde nos acena da janela no alto de um edifício histórico, já envolvido no fumo que o reterá nas suas garras até nos revermos à noite e, sem dúvida, aparecerá com mais uma narguila na mão para completar a vasta colecção dele de narguilas sírias, palestinianas, egípcias e turcas...tem mentalidade de coleccionador!
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televisão com, obviamente, colunáveis istanbullular!
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um lugar romântico
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Preparação para o concerto da noite
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Vista da Esplanada: de refresco e palhinha na mão!
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Voltámos para o lado asiático pela ponte Fatih Sultan Mehmed e testámos a nossa paciência e amor por esta cidade num dos habituais engarrafamentos descomunais; enfim, Istambul tem, oficialmente, 17 milhões de habitantes, que se deslocam todos os dias pela enorme metrópole entre o Ocidente e o Oriente. Virámos logo na primeira estrada à direita, e a alguns kilómetros de distância, acabámos num pequeno paraíso, em Beykoz Kavacık, Güzelce, onde nos restabelecemos do stress da travessia do Bósforo.
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Recomendo a vista e as iguarias!
Affiyet olsun
copyright © 2011 do texto e fotografias Cristina Vogt-da Silva (pseudónimo de Cristina Dangerfield-Vogt)
tambem escrevo nos blogs: