Mittwoch, 28. Januar 2015

O Jardim dos Justos - Lembrar a Salvação dos Judeus ao longo dos séculos

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O Jardim dos Justos em Yad Vashem - Jerusalém
(by courtesy - all rights reserved)

Estórias de Compaixão que ficaram na História

Muitos foram os holocaustos sofridos pela Nação Judaica. E muitos foram aqueles que os tentaram evitar e salvar os Judeus. Não esqueçamos os Valentes da nossa história da Humanidade.

No passado dia 27 de Janeiro do corrente ano, lembrou-se no Dia Internacional do Holocausto, os Judeus assassinados pela Intolerância. É uma data importante que nos lembra uma história trágica que nunca se deverá esquecer. A história da intolerância europeia - cristã - que marca a sua cultura ao longo de muitos séculos (e que alguns têm o mau gosto de designar por Leitkultur). Os Judeus sempre foram perseguidos neste continente. O anti-semitismo sempre foi uma componente marcante da cultura europeia.

Não esqueçamos porém as histórias de luz (nur) no meio desta escuridão. Muitos foram também aqueles que lutaram contra este estado das coisas contribuindo com mais alguns milagres para a história Judaica. Muitos foram os Judeus salvos que encontraram refúgio noutras paragens.

E, por isso, é bom lembrar no Dia Internacional do Holocausto aqueles que se foram, aqueles que sofreram às mãos dos seus carrascos, mas não esqueçamos, nunca, de lembrar aqueles que já não estão entre nós e que arriscaram as suas vidas para socorrer os Judeus perseguidos. Os Honoráveis na História Judaica mencionados no Museu do Yad Vashem em Jerusalém. Seria bom que todos aqueles que contribuíram para mais uns milagres de salvação do povo judaico fossem lembrados e honrados naquele importante monumento contra o esquecimento.

Contra o esquecimento, lembro o maior porto de abrigo da nação judaica - O Império Otomano. Lembro os diplomatas turcos que salvaram a vida de várias centenas de Judeus nos tempos da perseguição hitleriana, permintindo-lhes chegar sãos e salvos a Istambul no Expresso do Oriente.


Para os interessados, não deixem de ler o meu artigo de fundo publicado 
no jornal Portugal Post em Maio de 2014


"O Êxodo dos Judeus Sefarditas para o Império Otomano" 



Photo by courtesy of Izzet Pinto, CEO Global Agency, film distributor, all rights reserved


E ainda o texto que se segue, publicado no

Portugal Post online de Janeiro de 2012


"A propósito do Dia Internacional do Holocausto"

Num evento organizado pelo Congresso Europeu Judaico, que teve lugar na véspera do Dia Internacional do Holocausto de 2012, na sede da União Europeia em Bruxelas, o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz, afirmou que “os alemães de hoje não são os culpados do holocausto, mas são responsáveis por manter viva a sua memória”. Por sua vez, o Presidente do Congresso Europeu Judaico, Moshe Kantor, exortou a Europa “a reconhecer o Mal e a prevenir a sua ressurreição”.

Turquia lembra o Holocausto
Por ocasião do Dia Internacional do Holocausto, o Ministro turco dos Negócios Estrangeiros, afirmou que “devemos lembrar e honrar os mais de 6 milhões de judeus e membros das minorias que perderam as suas vidas nesta tragédia humana. Este dia, deve guiar-nos para uma cultura da compreensão mútua, tolerância e co-existência e, neste contexto, é importante aprender a lição e combater o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo”. Durante a visita à sinagoga de Neve Shalom, em Istambul, o embaixador Tezgör pediu a monitorização séria da islamofobia e da xenofobia que são - “ameaças crescentes na Europa”. Terminou dizendo que partilha “a dor deste povo escolhido como alvo pela sua identidade.”.

A televisão estatal turca TRT transmitiu o filme “Shoa” de Claude Lanzmann no âmbito da campanha que visa promover o entendimento entre Judeus e Muçulmanos no país. O realizador francês afirmou ser “um acontecimento histórico” por ser a primeira vez que uma televisão estatal de um país muçulmano mostra este filme.

A Alemanha e os seus “ingénuos”
Recentemente, a revista alemã Stern revelou os resultados de uma sondagem, feita a mil e duzentas pessoas, que revelou que, um em cada cinco jovens alemães não sabe que Auschwitz foi um campo de morte nazi e um terço destes desconhece que Auschwitz é hoje na Polónia.
Estes resultados são preocupantes, sobretudo, sabendo que nas escolas alemãs o Holocausto e a sua literatura integram o programa escolar a partir do 7º ano.
No passado mês de Novembro, a nação alemã reagiu atónita às notícias sobre os terroristas neonazis e a infiltração pouco transparente das suas células pelos defensores da Constituição do País que, apesar dos malabarismo de corda bomba na fronteira da (i)licitude, não conseguiram evitar o assassínio de cidadãos alemães de origem turca.

Os judeus na Alemanha
O jornal israelita Haaretz surpreendeu recentemente com o título “Bem-vindo à comunidade judaica que está a crescer mais no mundo: Alemanha”. Segundo Seligmann, o editor do “Jewish Voice from Germany”, 100 000 Judeus estariam registados na comunidade, embora, na realidade, esse número possa já ir no dobro. Segundo o editor daquele jornal, se contarmos todos os judeus que vivem, actualmente, na Alemanha, estaríamos perto dos 250 000 (incluindo judeus alemães, russos, israelitas e americanos) – ou seja, metade do número de judeus que viveram neste país antes da Shoa.

Mas quem é Seligmann?
É um judeu israelita que veio para a Alemanha com os pais em 1957. Para ele foi um trauma deixar Israel; mas para os seus pais foi voltar à pátria de que tinham fugido vinte anos antes. Jornalista com artigos publicados no Spiegel, Bild, Die Welt e FAZ, e autor de seis romances, Seligmann foi o primeiro autor judeu a publicar um romance após a Segunda Guerra Mundial. Ele é também o editor da recentemente criada publicação judeo-alemã “The Jewish Voice from Germany”, cuja primeira edição, com uma tiragem de trinta mil exemplares, foi lida por 150 000 leitores na Alemanha, USA, Canadá, Reino Unido e Israel.

No editorial da primeira edição, Seligmann diz que o seu sonho “é o renascimento da vida judeo-alemã na Alemanha. Albert Einstein, Thomas Mann, Theodor Mommsen e Max Liebermann simbolizaram um florescimento único das artes, da cultura e da economia na Alemanha do seu tempo.”

Apetência pela capital
Em Berlim-Mitte ouve-se muito o hebraico falado por turistas israelitas de visita e pelos seus filhos que vieram passar uns anos nos bairros “in” da capital – Berlim está na moda entre os jovens israelitas. Assiste-se à retoma da vida judaica na capital: as sinagogas e as “yeshivas” são restauradas às suas antigas funções, maestros judeus dirigem orquestras de nomeada internacional na capital, os intelectuais judeus retomam visibilidade, abriu um restaurante israelita na fronteira com Prenzlauerberg e há mesmo uma discoteca israelita cheia de jovens “sabras”. Num artigo do referido jornal conta-se a história de milhares de israelitas em Berlim e numa foto vê-se quatro israelitas embrulhados em bandeiras alemãs e israelitas com o título “aprender a conhecermo-nos”!

Segundo declarações recentes do Ministro do Interior alemão, apesar do decréscimo do número de neonazis, regista-se o alastramento das actividades da extrema-direita e o aumento do seu potencial de violência, de que a comunidade judaica também é alvo. Porém, esta comunidade fervilha novamente de criatividade e de optimismo e contribui significativamente não só para a vida cultural da nação como para os cofres da “sexy e pobre” cidade através do turismo oriundo de Israel e da Diáspora.

Mas não esqueçamos nunca as circunstâncias históricas e factuais que levaram à tipificação do crime de genocídio após a Segunda Guerra Mundial, e lembremos, não só hoje, mas durante todo o ano, as vítimas e o desvario de um líder e dos seus correligionários que quiseram assassinar uma nação inteira por ser diferente. Na sociedade alemã existem muitos cidadãos diferentes: os muçulmanos, os judeus, os africanos, os asiáticos, inter alia. Infelizmente, nem todos os alemães foram ganhos para a causa do multiculturalismo. Para evitar uma repetição da História, e não só como farsa, há que reunir todos os grupos sociais e religiosos, a sociedade civil e o governo para combaterem, juntos, o fenómeno do “neonazismo” que ameaça o país e que, recentemente, tanto chocou a nação.

O Dia Internacional do Holocausto é um dia de reflexão e de aprendizagem com os erros do passado. E deveria ser um incentivo para lutarmos por um futuro mais harmonioso, pelo entendimento entre os povos e as suas culturas, e pela tolerância no mundo."

Cristina Dangerfield-Vogt
 Berlim, Janeiro 2012 – publicado no jornal Portugal Post online



And last but not least, e para terminar, um artigo publicado no Boletim de Notícias, em Janeiro de 2012, sobre o filme-documentário - "Turkish Passport" 



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A propósito do Dia Internacional do Holocausto

“Quem salva uma vida, salva o mundo”
 é uma frase comum ao Talmude e do Alcorão

filme Passaporte Turco, do realizador Burak Arliel, conta-nos a história dos diplomatas turcos em missão na Europa que ao conferir a nacionalidade turca a muitos judeus os salvaram de uma morta certa; os salvaram de ser mais um nome acrescentado à longa lista dos seis milhões de vítimas do Holocausto.

Doze combóios levaram os novos "judeus turcos" para Istambul e salvaram-lhes a vida. Entre eles estavam judeus europeus sem qualquer ligação à Turquia.

Diplomatas turcos deram passaportes turcos a judeus que não eram turcos e assim lhes salvaram a vida durante a segunda guerra mundial.

Em entrevistas com os judeus que assim foram salvos, e os diplomatas e o seus familiares,  ficou patente que quando se quer agir, se pode evitar o mal.

E, sem dúvida, que a Turquia e estes seus diplomatas merecem um lugar entre os honrados no museu da pesquisa sobre o Holocausto, situado em Jerusalém Ocidental.

O filme  Turkish Passport” foi exibido pela primeira vez em Cannes, em 18 de Maio 2011, e concorreu ao Festival Europeu de Filme Independente na categoria de Documentário de 2012. Este projecto que durou seis anos foi um segredo bem guardado durante sessenta e seis anos. O segredo de como cidadãos turcos salvaram centenas de judeus.

O filme retira do esquecimento e coloca no lugar das boas memórias - esta história dos diplomatas turcos em função nos vários países europeus que salvaram muito judeus durante a perseguição dos nacional-socialistas, através de entrevistas, de material arquivado e de filmes históricos. 

Até 1 de Janeiro de 2011 tinha sido honrado - Ulkumen, Selahattin 1989
com o seu lugar entre 

Righteous among the Nations Honored by Yad Vashem

o copyright de todo os textos e fotos deste blog é da autora do blog, Cristina Dangerfield-Vogt, excepto quanto houver citação dos autores.

Donnerstag, 22. Mai 2014

Êxodo dos Sefarditas de Espanha e de Portugal e o seu acolhimento no Império Otomano

Idade de Ouro do Judaísmo Otomano


No Portugal Post online 


www.portugalpost.de


Foi publicado um artigo meu de pesquisa sobre a ligação dos judeus sefarditas, expulsos da Penínsual Ibérica, com o Império Otomano e também sobre como o sistema juridico-político-administrativo otomano conferia direitos de protecção às suas minorias, aliás ancorados no Alcorão. O relacionamento entre os judeus sefarditas, entre outros, e os otomanos e, mais tarde, com os turcos da Turquia moderna, foi quase sempre privilegiado. Basta dizer que a Turquia foi dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel após a sua independência e que estes países têm desenvolvido cooperações bilaterais em város sectores.

Nesse contexto de minorias que sempre foram fiéis aos seus sultões e cujos direitos eram protegidos por instrumentos da ordem jurídica otomana, é fácil estabelecer um contraste entre as perseguições a que os judeus estiveram sujeitos na Península Ibérica e no resto da Europa, ao longo dos séculos, e a protecção que usufruíram naquele grande império.

E que assim continue!...


Para ler o artigo clique no link 


http://www.portugalpost.de/2014/05/21/o-%C3%AAxodo-portugu%C3%AAs-para-o-imp%C3%A9rio-otomano/

Freitag, 7. März 2014

Sefarditas Salvos pelos Sultões Otomanos


copyright ©  Março de 2014 Cristina Dangerfield-Vogt

Istambul, esta cidade entre dois continentes, Europa e Ásia, entre o Ocidente e o Oriente, vive desde há muitos séculos o multiculturalismo e soube vivê-lo e aproveitá-lo naquilo que ele tem de melhor - a tolerância e o enriquecimento dos povos que nesta cidade viveram e vivem par a par um quotidiano nem sempre fácil de negociar, mas no todo, bem sucedido. Tem sido porto de abrigo para muitos refugiados e perseguidos pela intolerância religiosa, étnica, política, para aqueles que fogem das guerras, recentemente da Síria, e outras catástrofes criadas pela humanidade. 


Na Turquia - Há um longa Tradição de Tolerância 

Judeus salvos por turcos no holocausto é uma história comovente mas que se situa num vasto leque de muitas outras histórias de tolerância que caracterizam a história do povo turco e otomano. (ver post anterior)

A tradição de dar asilo e garantir refúgio aos Judeus perseguidos numa Europa intolerante teve início no tempo dos sultões otomanos, quando os Reis Católicos de Espanha, através do decreto de Alhambra, e, mais tarde, D. Manuel I de Portugal, ordenaram a expulsão ou a conversão forçada dos Judeus ao catolicismo. A carnificina que se lhe sucedeu levada a cabo pela "Santa" Inquisição, como era designada, e os seus acólitos, de que se destaca o horrível Torquemada, o inquisidor-mor espanhol, realizada ao longo de vários séculos, resultou na fuga em massa dos judeus que conseguiram escapar daqueles países. Muitos deles encontraram refúgio no Império Otomano. 

O sultão otomano, Fatih Mehmed, que conquistou Constantinopla em 1453, chamou os judeus da Europa para o império. Mais tarde o sultão Beyazit II terá afirmado que o Rei Fernando de Espanha empobrecia o seu Reino para enriquecer o Império Otomano. Esta frase, que ficou célebre, não se referiria às riquezas materiais, mas sim à cultura e aos conhecimentos médicos, científicos, náuticos, matemáticos, filosóficos, linguísticos, etc. que muitos destes judeus levaram para o império otomano. Na corte otomana havia médicos judeus e alguns sefarditas chegaram mesmo a ocupar cargos importantes na administração otomana. 

Um século mais tarde, um turista inglês que na altura visitara Istambul, terá afirmado que a capital do Califado teria a maior concentração de judeus no mundo, ou seja, cento e cinquenta mil, só em Istambul.

A convivência e a liberdade dos vários grupos étnico-religiosos só foi possível sob um sistema de governação muito especial e que nessa altura era inexistente na Europa.

O sistema otomano dos "millet" - melhor traduzido por nações, previa um regime em que cada "millet" se auto governava: tinha os seus tribunais próprios, em sede de direito da família e do direito civil,  liberdade de culto, os seus programas escolares próprios, a sua língua, etc. O todo era coordenado pelo poder administrativo e  instâncias judiciais superiores do império otomano, baseado na Sharia.  A segurança do estado e a cobrança de impostos era da competência da adminstração otomana. Contudo, havia isenção de alguns impostos para os "millet".Este sistema foi um exemplo de pluralismo religioso pré-moderno.

Mesmo hoje, na Turquia moderna, e apesar de muitos sefarditas terem partido para Israel, vários turcos de etnia judaica se destacam nas áreas das artes e dos negócios. Izzet Pinto é sefardita, descendente de judeus portugueses, e é o distribuidor de 'Muheteşem Yüzyıl' (Anos Magníficos - sobre Solimão, o Magnífico, e o seu tempo) uma telenovela turca que tem sido um sucesso nacional e internacional, com vendas para mais de 70 países, incluindo a China e a Rússia, e vários milhões de espectadores. Um sucesso turco-sefardita já que o distribuidor tem desempenhado um papel fundamental na divulgação internacional deste "dizi", a palavra para telenovela em turco!

O pluriculturalismo-etnico-religioso na forma dos "Millets" foi uma característica marcante do quotidiano no Império Otomano, tendo também muitos judeus asquenazes fugido das perseguições do Leste da Europa procurado e encontrado refúgio junto dos otomanos. Esta tradição de tolerância tem-se mantido na Turquia moderna e Istambul continua a ser a cidade das várias nações, embora menos acentuadamente do que em tempos idos por razões da sua história do século passado. As tensões que tiveram origem na política dos países ocidentais que pretendiam partilhar o território otomano entre eles, resultaram na guerra da independência para defender o país. A perda do império, que se desagregou e foi ocupado pelos aliados europeus, resultou num país moderno, a Turquia. O xadrez colonial criado pelos aliados, que procuravam matérias-primas, gerou  efeitos desequilibrantes para a região que ainda hoje se fazem sentir. Ata Türk, o fundador da moderna Turquia, salvou o país, que se considerava moribundo, de uma morte que parecia quase certa, e da partilha dos despojos pelas potências europeias mais aguerridas. A ele se deve a Turquia moderna.


copyright ©  Março 2014 Cristina Dangerfield-Vogt

Dienstag, 28. Januar 2014

A propósito do Dia Internacional do Holocausto





“Quem salva uma vida, salva o mundo”

Esta é uma frase comum ao Talmude e ao Alcorão

Começa assim o folheto de apresentação do filme "Passaporte Turco", do realizador Burak Arliel, e que nos conta as histórias dos vários diplomatas turcos na Europa que, ao conferirem a nacionalidade turca a muitos judeus europeus, os salvaram de uma morta certa; eles não foram mais um nome acrescentado à longa lista dos seis milhões de vítimas do holocausto

Doze combóios levaram estes judeus turcos para Istambul e salvaram-lhes a vida. Entre eles, havia também judeus europeus sem qualquer ligação à Turquia.

Diplomatas turcos deram passaportes turcos a judeus que não eram turcos, salvando-lhes a vida durante a segunda guerra mundial.

Em entrevistas com alguns dos judeus ainda vivos que assim foram salvos, os diplomatas que os socorreram e o seus familiares,  ficou claro que quando se quer agir, se pode evitar o mal.

A Turquia e estes seus diplomatas merecem, sem dúvida, um lugar de destaque entre aqueles que são  honrados no Museu do Holocausto em Jerusalém pela sua ajuda ao povo judeu.

O filme "Passaporte Turco" lembra esta história - a história esquecida dos diplomatas turcos estacionados em vários países europeus que salvaram muito judeus durante a perseguição dos nacional-socialistas. Estas histórias de compaixão são ilustradas por entrevistas, excertos de arquivos e de filmes históricos.

“Turkish Passport” foi exibido pela primeira vez em Cannes, em 18 de Maio 2011

O filme concorreu ao Festival Europeu de Filme Independente na categoria de Documentário em 2012.

Este projecto de seis anos, revela um segredo bem guardado durante 66 anos. O segredo sobre como cidadãos turcos salvaram centenas de judeus.




Righteous among the Nations Honored by Yad Vashem

Ulkumen, Selahattin 1989
Até 1 de Janeiro de 2011

copyright © Berlim Janeiro 2014 de Cristina Dangerfield-Vogt



'No state involvement in film'

 

Unbeknownst to many, Turkish diplomats on duty around Europe saved hundreds of Jews during World War II by giving them Turkish passports, enabling them to travel to safety in Turkey. This little known episode is told in an independent documentary entitled "Turkish Passport", being promoted as finally revealing "a secret kept for 66 years".The film recounts memories known mainly to 19 diplomats and the Jews they saved from German Nazi death camps. It is based on testimonies by witnesses and their relatives.
"To remember and never to forget," said Gunes Celikcan, 30, one of the producers, as he talked about why the film was made.  
"There is not much about what the Turks did during that period of history," Celikcan told AFP, as Turkey remained neutral during World War II.  
He said the diplomats saved around 2,000 Jews from the Holocaust but the exact figure is unknown. "We wanted to show this for the very first time and commemorate those diplomats," none of whom survive today, he said. The docudrama directed by Burak Arliel was first shown at the Cannes Film Festival in May. It has since been screened in Istanbul and other Turkish cities and made the rounds of festivals in the US and Europe. And though the buzz is quiet, it's building – and not all is favorable.
 Celikcan said the film has been six years in the making and "has nothing to do with the changing political spectrum".  But not all agree, including former Israeli cultural attaché in Turkey Batya Keinan. "The Turkish press office is using the movie for propaganda," Keinan said. "They are trying to say 'we are good people who protected Jews in the Holocaust and Palestinians now, and yet you shoot at us.' Shame on you." The comments have angered the movie's backers. "This film is not propaganda. ... There is no state involvement," said Asli Sena Genc, a representative for the Istanbul promoters. "This is a historical fact." Celikcan said the Turkish foreign ministry gave the filmmakers access to official archives, but ministry officials told AFP the film was a private initiative and the ministry made no official contribution. The docudrama recounts how the diplomats, including ambassador to Vichy France Saffet Arikan, found a way out for Turkish and foreign Jews, sending them to Istanbul on 12 trains at different points during the war. Behic Erkin, Turkey's ambassador to Paris from 1940-43, and Kudret Erbey, consul-general in the German city of Hamburg from 1940-45, were also involved. "Turkish diplomats did their best to save Jews amid the raging brutality against Jews during World War II," said Naim Guleryuz, a historian and onsultant on the film who heads a Turkish foundation that promotes the history and culture of Turkish Jews. "This part of the story is actually known by historians but we wanted to make it public knowledge through this documentary," he said. Researchers went to the United States, Israel, France and Germany, tracking down survivors or their relatives, some of whose tales are told on the film's official website. In one, Arlette Bules recalls when her father was arrested by the Germans and sent to the internment camp of Drancy, outside Paris."My mother immediately went to the Turkish Embassy and asked for help rescuing my father. Thanks to the letters written by the ambassador, my father was rescued," she said. Celikcan recalls another testimony about a Jewish father who called his two daughters to his deathbed after the war. "He told them 'never forget that it was the Turks who saved us' and then died making a military salute."


Written in January 2012

Donnerstag, 22. August 2013

Istambul - Üsküdar

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt


Viajar em Istambul pelo lado da Anatólia é descobrir uma outra cidade, mais genuína, e longe do turismo quotidiano que se passeia por aquele pequeno monte do Palácio dos Sultões do lado europeu desta maravilhosa cidade.

Descobrir-lhe os cantos e os segredos mesmo, só é possível com os istambulenses que vivem quotidianamente nesta cidade que foi a capital de impérios.

Esta metrópole de 14 milhões de habitantes, número oficial, estende-se a perder de vista, e o trânsito é um pesadelo de todos os dias.

Ao longo dos séculos viveram aqui pacificamente, lado a lado, as três religiões do Livro, com alguns desencontros menos felizes. Mas, em geral, e se compararmos com a intolerante Europa da Idade Média e, mais tarde, da Inquisição, e já no séc. 19, a dos progroms eslavos, e por fim, a do Holocausto, esta cidade, que foi Bizâncio, e depois Constantinopla, e que é Istambul desde a conquista otomana em 1453,  foi, e é, um exemplo de convivência e tolerância entre as nações e as religiões.

A sua arquitectura, música e culinária reflectem isso mesmo, o cruzamento e a passagem das diversas culturas com simbioses bem-sucedidas. O filme "Crossing the Bridge - the music of Istanbul" do realizador germano-turco, Fatih Akin, compartilha com o seu público esta riqueza cultural. 

Istambul situada a cavalo entre a Europa e a Ásia, ou a caminho da Europa ou do Médio Oriente, no Ocidente para uns e no Oriente para outros, esta cidade que vive em espargata cultural, é uma diva temperamental que nos planta a tentação de lhe descobrir todos os segredos. E assim nos enfeitiça como uma odalisca com os seus muitos movimentos ondulantes para lhe dedicarmos uma vida inteira, que sabemos nunca chegará para a desvendar totalmente! Istambul que tal como Lisboa se espalha por sete colinas frente a encontros de águas marítimas (e doces no nosso caso).

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

Atravessamos do lado europeu para o asiático de vapur e atracamos no iskele de Üsküdar. O nosso objectivo é fazer turismo naquele bairro e, por fim, seguir a sinuosa margem no sentido do Mar Morto até Beykoz (isto ficará para outro "post").


A pé por Üsküdar


© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

Üsküdar é descrito por alguns como um município da grande Istambul algo conservador (o AKP foi o partido mais votado nas últimas eleições locais). Mas a política não é reconhecível numa primeira visita, ou talvez sim, no investimento que se tem feito na reabilitação do seu passado otomano. Üsküdar é o ponto de encontro de cacilheiros, dolmuş, autocarros de e para todos os pontos da cidade. O enorme estaleiro de obras da linha de metro com destino a Kartal desfeia o passeio marítimo temporariamente. Os istambulenses deslocam-se seguros e pacientes entre os vários meios de transporte acessíveis nesta sua vida de grande metrópole.
© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

O palácio de Mihrimah filha do sultão Suleimão e da sultana Hürrem, as fontes, as mesquitas, as livraria e os cemitérios otomanos do bairro surpreendem e deslumbram os visitantes. A maestria e a originalidade do arquitecto Sinan são imediatamente reconhecíveis neste conjunto arquitectónico de grande beleza e concentrado num espaço relativamente pequeno (embora a sua população atinja os 535 mil habitantes segundo dados de 2012). 


© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt


As esplanadas junto ao mar convidam para se tomar um çay ou um türk kafesi seguido de um eventual fal okumak, que nos falará do futuro lido numas borras de café deixadas no fundo da chávena, enquanto se observa os muitos pescadores de braços prolongados por canas de pesca e que, pacientemente, povoam o passeio marítimo que se estende por vários quilómetros. Os istavrit, ismarit, sardalya dão os últimos suspiros nos baldes dos balıkcılar bem sucedidos. Em pano de fundo, sucedem-se por via marítima, os cacilheiros, os vapur e os deniz otubusleri, os cruzeiros, os barcos de recreio, e os navios de carga e os petroleiros que quando de casco vazio passam gigantescos, quais monstros marinhos, e que parecem saudar a kiz kulesi, um marco das águas de Istambul, no que parece uma auto-estrada fluvial sempre à hora de ponta e um caos muito bem organizado!

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-
vogt




Dondurma taze taze - apregoa o vendedor, mesmo ali ao lado, do que parece ser gelado Maraş, um gelado mais sólido do que o habitual, tipicamente turco, e que ao som dos pregões é partido com pancadas fortes – uhmmm...delicioso.


© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

De repente toda aquela azáfama e linguagens ensurdecem e os olhares concentram-se num ponto do mar. Alguém diz maravilhado - Yunuş bak, orada! Seguimos-lhe o interesse no olhar para ver ao longe uma família de golfinhos que se desloca na direcção dos Dardanelos para o Ege Denizi.

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

Um último tilintar da colher no copo em forma de túlipa do derradeiro chá açucarado da dezena que já consumimos e partimos pelo passeio marítimo em direcção ao sol poente. 

Quiosques de snacks e bebidas não alcoólicas pontuam este passeio. Espalhadas pelos degraus largos que descem até ao mar, as almofadas otomanas servem de palco e repouso para os flaneurs que deambulam paralelamente ao mar. 

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt


Passam véus e cabelos soprados pela brisa marítima de gentes de todas as idades, animadas ou contemplativas, tagarelando ou reflectindo, sentadas face àquela paisagem mítica. Em pano de fundo o som dos barcos cortando a água, o eco roncado dos navios de grande porte, os barcos de patrulha, os petroleiros que parecem por momentos engolir a Kiz Kulesi, numa azáfama incansável de ponto de encontro, cruzamento e partida de mundos diferentes. No meio do trânsito intenso e lento de "mirones", um grupo de homens dança halay ,acenando um lenço branco, ao som da música do Mar Morto que entoam sorridentes.

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

Do lado esquerdo, na colina, as yalılar, algumas já restauradas, embora os seus madeiramentos continuem a transpirar uzun, reflectindo por laivos o esplendor dos tempos passados e impondo-nos as suas lembranças de vidas anteriores. Passear por Istambul é um constante deambular pelo presente sempre surpreendido pelo seu passado.

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

O horizonte tinge-se de vermelho, o sol despede-se num até amanhã que queremos repetido, inşallah. As luzes iluminam a cidade com outro colorido e desvendam outras vidas urbanas. Os barcos iluminam-se. A lua e o seu yakamoz saúdam a longa e animada noite istambulense.

© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt

Um çingene aborda os passeantes. Um coelho e uma caixa de madeira com papelinhos coloridos vão-nos dizer da nossa sorte, por apenas uma lira turca. Um outro cigano aponta para balões coloridos pousados nas águas escuras do mar e põe-me uma pistola na mão para lhes fazer pontaria. Sentado num banco corrido, um jovem dedilha música fasil num pequeno violino, mais à frente um vendedor apregoa  kumpir - e pelo ar espalha-se o perfume de batata cozida no forno, recheada com milho e ervilhas.


© Üsküdar  copyright June 2012 cristina dangerfield-vogt










A voz do muezzin ecoa lembrando o 5º vakit, a última oração do dia!

Iyi geceler! 

Canção de Üsküdar



Türkünün Sözleri

Üsküdar’a gider iken aldı da bir yağmur
Katibimin setresi uzun eteği çamur
Katip uykudann uyanmış gözleri mahmur
Katip benim ben katibin el ne karışır
Katibime kolalı da gömlek ne güzel yaraşır
Üsküdar’a gider iken bir mendil buldum
Mendilimin içine de lokum doldurdum
Katibimi arar iken yanımda buldum
Katip benim ben katibin el ne karışır
Katibime kolalı da gömlek ne güzel yar


GLOSSÁRIO

vapur - cacilheiro

iskele - cais

dolmuş - hopper

çay - chá

türk kahvesi - café turco

fal okumak - ler a sorte nas borras do café

balıkcılar - pescadores

deniz otobusleri -  barcos de transporte de passageiros

dondurma taze taze! - gelado fresquinho!

Maraş dondurması - gelado originariamente da região de Kahramanmaraş

halay - dança da região do Mar Morto

yalılar - casas de madeira

uzun - melancolia (bem descrita no romances de Orhan Pamuk)

inşallah - oxalá

yakamoz - luar reflectido no mar

çingene - cigano

kumpir - batata assada no forno recheada com milho cozido, cenouras e ervilhas refogadas e azeitonas

vakit - tempo (há cinco oraçãoes por dia que são designadas por vakit)

iyi geceler - boa noite


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Dienstag, 30. Oktober 2012



in TRT English - 30th October 2012

Turkey's Prime Minister Erdoğan arrived today in Berlin and during his visit will inaugurate the new Turkish Embassy building in Tiergarten, which is considered to be the biggest of all Turkish embassies in the world.

"ERDOĞAN TO LEAVE FOR GERMANY TODAY

Turkish Prime Minister Recep Tayyip Erdoğan will depart for Germany on Tuesday.

Erdoğan to leave for Germany today
 
Posted 30.10.2012 07:40:39 UTC
Updated 30.10.2012 09:18:34 UTC
Within the framework of a two-day visit to Germany, Premier Erdoğan will visit Berlin today and attend inauguration ceremony of the new Turkish Embassy building in that city.
Turkish Foreign Minister Ahmet Davutoglu and his German counter part Guido Westerwelle will also be present at the opening ceremony of the new Embassy building in Berlin.
Erdoğan then will deliver a speech at the Institute of Berlin.
On Wednesday, Mr. Erdoğan will meet German Chancellor Angela Merkel.
Syrian crisis is expected to be taken up by the duo during their meeting in the German capital.
Hence, problems of Turkish citizens living in Germany as well as the process for Turkey's bid for the European Union membership will also be discussed at the planned meeting."


in Haaretz 30th October 2012
Turkey's Berlin embassy moves back into its WWII home

Recep Tayyip Erdogan is scheduled for a 2-day visit in Germany, where he will also meet Angela Merkel to discuss the civil war in Syria.


epa03451253 An exterior view of the new Turkish Embassy in Berlin, Germany, 29 October 2012. The new building of Turkey's representation in Germany will be officially opened by Turkish Premier Erdogan on 30 October 2012.  EPA/MICHAEL KAPPELER
epa03451253 An exterior view of the new Turkish Embassy in Berlin, Germany, 29 October 2012. The new building of Turkey's representation in Germany will be officially opened by Turkish Premier Erdogan on 30 October 2012. EPA/MICHAEL KAPPELER
Prime Minister Recep Tayyip Erdogan was to inaugurate a new Turkish embassy in Berlin on Tuesday, with the grandiose building underlining
his nation's ambition to become a member of the European Union.
The mission, Turkey's largest abroad, has been erected in the German capital's upscale Tiergarten embassy district, on the site where a Turkish
embassy stood until Allied bombardment late in World War II left much of the city in rubble.
The 30-million-euro (39-million-dollar) building, entered through a 16-metre-high copper-lined archway, is located between the missions of
South Africa and Italy.
Erdogan was to wrap up his visit to Berlin on Wednesday, when he meets Chancellor Angela Merkel to discuss the conflict in Syria. More than
100,000 Syrians have sought refuge in Turkey.
Some 2.5 million people living in Germany have ethnic Turkish roots. The two nations have close trade ties.
The embassy building is divided into two parts: the so-called "palace," which contains reception areas and the ambassador's office; and the
"city," which contains office space for 100 staff.
Between them is an atrium named after the Bosporus, the waterway separating the European and Asian parts of Turkey.
Thomas Hillig, one of the three architects, said the modern lines and grandeur of the building were an expression of Turkey's desire to join the
European Union, adding, "Turkey wants to show itself as a modern, open nation."
Turkish ornamentation on the building includes the national logo and more subtle features such as a traditional Islamic pattern known as girih
interlacing, which is engraved on the window glass.
"It's meant to look Turkish and not be just a faceless block," Hillig said.
Tiergarten was picked as the city's embassy neighborhood under the Nazis, when the architect Albert Speer was commissioned to remake the
city and the Axis allies Italy and Japan built their embassies there.