O Jardim dos Justos em Yad Vashem - Jerusalém
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Estórias de Compaixão que ficaram na História
Muitos foram os holocaustos sofridos pela Nação Judaica. E muitos foram aqueles que os tentaram evitar e salvar os Judeus. Não esqueçamos os Valentes da nossa história da Humanidade.
No passado dia 27 de Janeiro do corrente ano, lembrou-se no Dia Internacional do Holocausto, os Judeus assassinados pela Intolerância. É uma data importante que nos lembra uma história trágica que nunca se deverá esquecer. A história da intolerância europeia - cristã - que marca a sua cultura ao longo de muitos séculos (e que alguns têm o mau gosto de designar por Leitkultur). Os Judeus sempre foram perseguidos neste continente. O anti-semitismo sempre foi uma componente marcante da cultura europeia.
Não esqueçamos porém as histórias de luz (nur) no meio desta escuridão. Muitos foram também aqueles que lutaram contra este estado das coisas contribuindo com mais alguns milagres para a história Judaica. Muitos foram os Judeus salvos que encontraram refúgio noutras paragens.
E, por isso, é bom lembrar no Dia Internacional do Holocausto aqueles que se foram, aqueles que sofreram às mãos dos seus carrascos, mas não esqueçamos, nunca, de lembrar aqueles que já não estão entre nós e que arriscaram as suas vidas para socorrer os Judeus perseguidos. Os Honoráveis na História Judaica mencionados no Museu do Yad Vashem em Jerusalém. Seria bom que todos aqueles que contribuíram para mais uns milagres de salvação do povo judaico fossem lembrados e honrados naquele importante monumento contra o esquecimento.
Contra o esquecimento, lembro o maior porto de abrigo da nação judaica - O Império Otomano. Lembro os diplomatas turcos que salvaram a vida de várias centenas de Judeus nos tempos da perseguição hitleriana, permintindo-lhes chegar sãos e salvos a Istambul no Expresso do Oriente.
Para os interessados, não deixem de ler o meu artigo de fundo publicado
no jornal Portugal Post em Maio de 2014
"O Êxodo dos Judeus Sefarditas para o Império Otomano"
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E ainda o texto que se segue, publicado no
Portugal Post online de Janeiro de 2012
Portugal Post online de Janeiro de 2012
"A propósito do Dia Internacional do Holocausto"
Num evento organizado pelo Congresso Europeu Judaico, que teve lugar na véspera do Dia Internacional do Holocausto de 2012, na sede da União Europeia em Bruxelas, o Presidente do Parlamento Europeu, Martin Schultz, afirmou que “os alemães de hoje não são os culpados do holocausto, mas são responsáveis por manter viva a sua memória”. Por sua vez, o Presidente do Congresso Europeu Judaico, Moshe Kantor, exortou a Europa “a reconhecer o Mal e a prevenir a sua ressurreição”.
Turquia lembra o Holocausto
Por ocasião do Dia Internacional do Holocausto, o Ministro turco dos Negócios Estrangeiros, afirmou que “devemos lembrar e honrar os mais de 6 milhões de judeus e membros das minorias que perderam as suas vidas nesta tragédia humana. Este dia, deve guiar-nos para uma cultura da compreensão mútua, tolerância e co-existência e, neste contexto, é importante aprender a lição e combater o racismo, a xenofobia e o anti-semitismo”. Durante a visita à sinagoga de Neve Shalom, em Istambul, o embaixador Tezgör pediu a monitorização séria da islamofobia e da xenofobia que são - “ameaças crescentes na Europa”. Terminou dizendo que partilha “a dor deste povo escolhido como alvo pela sua identidade.”.
A televisão estatal turca TRT transmitiu o filme “Shoa” de Claude Lanzmann no âmbito da campanha que visa promover o entendimento entre Judeus e Muçulmanos no país. O realizador francês afirmou ser “um acontecimento histórico” por ser a primeira vez que uma televisão estatal de um país muçulmano mostra este filme.
A Alemanha e os seus “ingénuos”
Recentemente, a revista alemã Stern revelou os resultados de uma sondagem, feita a mil e duzentas pessoas, que revelou que, um em cada cinco jovens alemães não sabe que Auschwitz foi um campo de morte nazi e um terço destes desconhece que Auschwitz é hoje na Polónia.
Estes resultados são preocupantes, sobretudo, sabendo que nas escolas alemãs o Holocausto e a sua literatura integram o programa escolar a partir do 7º ano.
No passado mês de Novembro, a nação alemã reagiu atónita às notícias sobre os terroristas neonazis e a infiltração pouco transparente das suas células pelos defensores da Constituição do País que, apesar dos malabarismo de corda bomba na fronteira da (i)licitude, não conseguiram evitar o assassínio de cidadãos alemães de origem turca.
Os judeus na Alemanha
O jornal israelita Haaretz surpreendeu recentemente com o título “Bem-vindo à comunidade judaica que está a crescer mais no mundo: Alemanha”. Segundo Seligmann, o editor do “Jewish Voice from Germany”, 100 000 Judeus estariam registados na comunidade, embora, na realidade, esse número possa já ir no dobro. Segundo o editor daquele jornal, se contarmos todos os judeus que vivem, actualmente, na Alemanha, estaríamos perto dos 250 000 (incluindo judeus alemães, russos, israelitas e americanos) – ou seja, metade do número de judeus que viveram neste país antes da Shoa.
Mas quem é Seligmann?
É um judeu israelita que veio para a Alemanha com os pais em 1957. Para ele foi um trauma deixar Israel; mas para os seus pais foi voltar à pátria de que tinham fugido vinte anos antes. Jornalista com artigos publicados no Spiegel, Bild, Die Welt e FAZ, e autor de seis romances, Seligmann foi o primeiro autor judeu a publicar um romance após a Segunda Guerra Mundial. Ele é também o editor da recentemente criada publicação judeo-alemã “The Jewish Voice from Germany”, cuja primeira edição, com uma tiragem de trinta mil exemplares, foi lida por 150 000 leitores na Alemanha, USA, Canadá, Reino Unido e Israel.
No editorial da primeira edição, Seligmann diz que o seu sonho “é o renascimento da vida judeo-alemã na Alemanha. Albert Einstein, Thomas Mann, Theodor Mommsen e Max Liebermann simbolizaram um florescimento único das artes, da cultura e da economia na Alemanha do seu tempo.”
Apetência pela capital
Em Berlim-Mitte ouve-se muito o hebraico falado por turistas israelitas de visita e pelos seus filhos que vieram passar uns anos nos bairros “in” da capital – Berlim está na moda entre os jovens israelitas. Assiste-se à retoma da vida judaica na capital: as sinagogas e as “yeshivas” são restauradas às suas antigas funções, maestros judeus dirigem orquestras de nomeada internacional na capital, os intelectuais judeus retomam visibilidade, abriu um restaurante israelita na fronteira com Prenzlauerberg e há mesmo uma discoteca israelita cheia de jovens “sabras”. Num artigo do referido jornal conta-se a história de milhares de israelitas em Berlim e numa foto vê-se quatro israelitas embrulhados em bandeiras alemãs e israelitas com o título “aprender a conhecermo-nos”!
Segundo declarações recentes do Ministro do Interior alemão, apesar do decréscimo do número de neonazis, regista-se o alastramento das actividades da extrema-direita e o aumento do seu potencial de violência, de que a comunidade judaica também é alvo. Porém, esta comunidade fervilha novamente de criatividade e de optimismo e contribui significativamente não só para a vida cultural da nação como para os cofres da “sexy e pobre” cidade através do turismo oriundo de Israel e da Diáspora.
Mas não esqueçamos nunca as circunstâncias históricas e factuais que levaram à tipificação do crime de genocídio após a Segunda Guerra Mundial, e lembremos, não só hoje, mas durante todo o ano, as vítimas e o desvario de um líder e dos seus correligionários que quiseram assassinar uma nação inteira por ser diferente. Na sociedade alemã existem muitos cidadãos diferentes: os muçulmanos, os judeus, os africanos, os asiáticos, inter alia. Infelizmente, nem todos os alemães foram ganhos para a causa do multiculturalismo. Para evitar uma repetição da História, e não só como farsa, há que reunir todos os grupos sociais e religiosos, a sociedade civil e o governo para combaterem, juntos, o fenómeno do “neonazismo” que ameaça o país e que, recentemente, tanto chocou a nação.
O Dia Internacional do Holocausto é um dia de reflexão e de aprendizagem com os erros do passado. E deveria ser um incentivo para lutarmos por um futuro mais harmonioso, pelo entendimento entre os povos e as suas culturas, e pela tolerância no mundo."
Cristina Dangerfield-Vogt
Berlim, Janeiro 2012 – publicado no jornal Portugal Post online
And last but not least, e para terminar, um artigo publicado no Boletim de Notícias, em Janeiro de 2012, sobre o filme-documentário - "Turkish Passport"
And last but not least, e para terminar, um artigo publicado no Boletim de Notícias, em Janeiro de 2012, sobre o filme-documentário - "Turkish Passport"
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A propósito do Dia Internacional do Holocausto
“Quem salva uma vida, salva o mundo”
é uma frase comum ao Talmude e do Alcorão
O filme Passaporte Turco, do realizador Burak Arliel, conta-nos a história dos diplomatas turcos em missão na Europa que ao conferir a nacionalidade turca a muitos judeus os salvaram de uma morta certa; os salvaram de ser mais um nome acrescentado à longa lista dos seis milhões de vítimas do Holocausto.
Doze combóios levaram os novos "judeus turcos" para Istambul e salvaram-lhes a vida. Entre eles estavam judeus europeus sem qualquer ligação à Turquia.
Diplomatas turcos deram passaportes turcos a judeus que não eram turcos e assim lhes salvaram a vida durante a segunda guerra mundial.
Em entrevistas com os judeus que assim foram salvos, e os diplomatas e o seus familiares, ficou patente que quando se quer agir, se pode evitar o mal.
E, sem dúvida, que a Turquia e estes seus diplomatas merecem um lugar entre os honrados no museu da pesquisa sobre o Holocausto, situado em Jerusalém Ocidental.
O filme “Turkish Passport” foi exibido pela primeira vez em Cannes, em 18 de Maio 2011, e concorreu ao Festival Europeu de Filme Independente na categoria de Documentário de 2012. Este projecto que durou seis anos foi um segredo bem guardado durante sessenta e seis anos. O segredo de como cidadãos turcos salvaram centenas de judeus.
O filme retira do esquecimento e coloca no lugar das boas memórias - esta história dos diplomatas turcos em função nos vários países europeus que salvaram muito judeus durante a perseguição dos nacional-socialistas, através de entrevistas, de material arquivado e de filmes históricos.
Até 1 de Janeiro de 2011 tinha sido honrado - Ulkumen, Selahattin 1989
com o seu lugar entre
Righteous among the Nations Honored by Yad Vashem
com o seu lugar entre
Righteous among the Nations Honored by Yad Vashem
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